jueves, 11 de julio de 2013

A Falecida

Estreia hoje, quinta, no Teatro Maison de France, Rio, "A Falecida", espetáculo baseado em texto de Nelson Rodrigues com direção de Moacyr Góes.
No elenco, Bianca Rinaldi, Leon Góes, Simone Centurione, Ricardo Damasceno, Sérgio Kauffman, Daniel Carneiro e Augusto Garcia.

Estreia: dia 11 de julho (5ªf), às 21h
Local: Teatro Maison de France PSA Peugeot Citroen - Av. Presidente Antonio Carlos, 58 - Centro / RJ Tel: 21 2544.2533
Horários: 5ª, 6ª e domingo, às 20h / sábado, às 21h Duração: 80 min
Ingressos: 5ª e 6ª, R$60,00 / sábado e domingo, R$70,00
- bilheteria: 3ª a domingo, a partir das 14h ou www.ingresso.com/ 4003-2330

Classificação etária: 14 anos
Temporada: até 13 de outubro

A Falecida é a primeira entre as chamadas “tragédias cariocas”, categoria criada pelo crítico Sábato Magaldi para organizar a obra de Nelson Rodrigues.

"Nelson foi brilhante na construção dramatúrgica e no olhar sobre o cotidiano, e deu-lhe dimensão épica, mas jamais perdeu o humor e afastou-se da pequenez da vida e da condição humana. O que gosto mais n'A Falecida é o clima de subúrbio.", afirma o diretor Moacyr Goes.

Do crítico de cinema Rodrigo Fonseca sobre “A Falecida”: "O caixão de "A falecida" está com a tampa destampada para o futuro. Ao olharmos dentro dele, enxergamos o abismo civilizatário deste país, onde o subúrbio pode ser, também, um substantivo abstrato, por existir, na alma brasileira, como um sentimento."
Sinopse
A peça conta a história de uma mulher frustrada do subúrbio carioca, a tuberculosa Zulmira (Bianca Rinaldi), que não tem mais expectativas na vida. Pobre e doente, sua única ambição é um enterro luxuoso. Quer se vingar da sociedade abastada e, principalmente, de Glorinha, sua prima e vizinha que não lhe cumprimenta mais. O marido, Tuninho (Leon Góes), está desempregado e torra as sobras de sua indenização na sinuca e nos estádios de futebol. No leito de morte, Zulmira manda o marido procurar o poderoso milionário Pimentel (Ricardo Damasceno), para que este lhe pague um enterro suntuoso, como nunca visto antes. Assim, Tuninho descobre, já viúvo, que a esposa foi amante do milionário. Numa virada do jogo, o marido enganado toma todo o dinheiro de Pimentel e dá a Zulmira um enterro “de cachorro”, gastando a fortuna recém adquirida num jogo do Vasco da Gama, seu time do coração.
A montagem
O cenário de Teca Fichinski é composto por 22 portas de demolição que preenchem o fundo do palco em dois níveis – há cenas em dois andares, e portas se abrem e se fecham representando variados ambientes da peça. Há no centro do palco um praticável com uma rampa, montado em perspectiva, como um trapézio. Nas duas laterais do palco, uma série de cadeiras antigas e diferentes que, enfileiradas, serão remanejadas pelo próprio elenco de acordo com as mudanças de cena. Os figurinos, também de Fichinski, seguem a estética dos anos 1950. O desenho de luz é de Paulo Cesar Medeiros.
As músicas especialmente compostas por Ary Sperling são temas que aludem ora às marchas carnavalescas, ora à música godspell (referências retiradas do texto original de Nelson Rodrigues).
Com a palavra, os personagens
Zulmira
“Eu sou uma podre-diaba! Enquanto a Glorinha vai a um médico bacana, que até piano tem no consultório! Um médico que cobra trezentas pratas a consulta, eu vou, de carona, ao Dr. Borborema, um médico de D. João Charuto, completamente gagá!”

“Por isso eu quero, e não peço nada senão isso, senão um enterro como nunca houve aqui, um enterro que deixe a Glorinha com uma cara deste tamanho, possessa...”

“Lavava as mãos, como se tivesse nojo de mim! Durante toda a lua-de-mel, não fez outra coisa... Então, eu senti que mais cedo ou mais tarde havia de trai-lo.”

"Tudo, menos beijo! Beijo, não! Eu admito tudo em amor. Mas esse negócio de misturar saliva com saliva, não! Não topo! Nunca!"

"A mulher de maiô está nua. Compreendeu? Nua no meio da rua, nua no meio dos homens!"

Tuninho
"Mas como? - perguntei eu à minha mulher – você tem nojo de seu marido? Zulmira rasgou o jogo e disse assim mesmo: 'Tuninho, se você me beijar na boca, eu vomito, Tuninho, vomito!'"

Oromar, amigo de Tuninho
"Estou com uma pena danada do Tuninho... A mulher morre na véspera do Vasco x Fluminense... O enterro é amanhã... Quer dizer que ele não vai poder assistir ao jogo... Isso é o que eu chamo de peso tenebroso!..."

Timbira, funcionário da funerária 
"A solução do Brasil é o jogo do bicho! E, minha palavra de honra, eu, se fosse presidente da República, punha o Anacleto (bicheiro) como ministro da Fazenda."
Ficha Técnica
Texto: Nelson Rodrigues
Direção: Moacyr Góes
Assistente de Direção: Juliana Lago
Elenco / Personagens:
Bianca Rinaldi / Zulmira
Leon Góes / Tuninho
Augusto Garcia / Timbira
Ricardo Damasceno / Oromar, Pimentel
Sérgio Kauffmann / Parceiro 2, Funcionário 1
Daniel Carneiro / Parceiro 1, Funcionário 2, Pai
Simone Centurione / Madame Crisálida, Mãe
Trilha Sonora Original: Ary Sperling
Cenário, Figurino e Adereços: Teca Fichinski
Desenho de Luz: Paulo Cesar Medeiros
Design Gráfico: Mauricio Chahad
Cenotécnico: Adilio Athos
Costureira: Adélia Andrade
Operador de Luz e Som: Rodrigo Bezerra de Melo
Produção Executiva: Juliana Lago e Tatiana Duarte
Marketing Cultural: Jefferson Almeida - Tamires Nascimento
Criação e Produção: Bianca Rinaldi Produções
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany

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