Ela
está de volta! Vinte e três anos após estrear como Paquita da Xuxa, Bianca
Rinaldi volta à Globo num papel de destaque em “Em família”. O convite para
integrar a trama das nove surgiu após um gesto de humildade da atriz em mandar
um e-mail para o autor Manoel Carlos pedindo uma chance na novela.
A
resposta veio rapidamente e Bianca ganhou dele o presente de viver a drª
Sílvia, uma cardiologista que encabeçará uma campanha contra o alcoolismo.
Tema, inclusive, que ela conviveu de perto. “Tive um tio que faleceu de
cirrose”, conta ela, prestes a completar 40 anos de idade e no auge da sua
forma física. “Já recebi e recusei diversas propostas de ensaio nu e não
descarto a ideia”, avisa.
Por que decidiu mudar de emissora?
Chegou
um momento em que eu já não estava tão confortável e eu queria novos desafios.
Passei dez anos maravilhosos fora da Globo, mas queria mais. E estava sentindo
que era hora de fechar um ciclo na minha vida e estar aberta à novas
conquistas. É tudo novo para mim. E eu gosto desse desafio.
Você enviou um e-mail pedindo ao
Maneco uma oportunidade?
Ele
estava encerrando o fechamento do elenco e eu disse que se ele tivesse um
personagem para mim, seria uma honra. Ele respondeu e menos de um mês o Jayme
(Monjardim, diretor da novela) me chamou para a personagem essa personagem. Foi
até antes do tempo.
Dizem
que quando um ator volta para a Globo ele tem mais prestígio e um salário
maior...
Quando
eu estive na Globo, eu era muito novinha. E era um núcleo muito fechado, que
era o programa da Xuxa. Em relação à teledramaturgia, estou chegando agora.
Tudo é novo. O importante para mim é as pessoas me tratarem bem e me
respeitarem como profissional.
Você só fez protagonistas fora da
Globo. Te incomoda pegar papéis menores na emissora?
Desde
que eu comecei, essa é a primeira vez que eu não faço a protagonista, e está
sendo bom também. Estou gravando menos, mas todo o personagem é importante. Não
tenho problema nenhum com isso. Eu não me vejo como uma grande estrela. Me vejo
muito nova ainda e com muita coisa para fazer, aprender e trabalhar.
Você deve ter tido que provar que é
uma boa atriz. Como lida com as críticas?
Me
incomodo, mas hoje eu procuro não me abater. Fiquei mal no início. Nunca é
agradável você ouvir alguma coisa que não é favorável a você. Quando eu fiz (a
novela) “Escrava Isaura”, tive algumas críticas, aí, eu perguntei ao (diretor)
Herval Rossano sobre o meu trabalho e ele disse que eu estava ótima e mandou eu
parar de ler jornal. Parei de ler e desencanei.
Como você avalia a sua carreira até
aqui?
A
palavra para mim é amadurecimento. Esse anos todos eu venho amadurecendo mais
na minha profissão. Sou realizada na minha carreira, porque tudo é feito com
muito amor, consciência e respeito. O que eu aprendi é que eu devo ter a
certeza de que eu tenho que fazer o meu melhor, mas que o resultado de um
trabalho não depende só de mim.
Como lida com o assédio?
A
Record teve o seu auge de audiência e eu senti isso durante uma época. O tempo
que eu trabalhei com a Xuxa eu tive a oportunidade de estar numa grande massa.
A Xuxa foi um fenômeno e eu acompanhei esse fenômeno. Eu gosto da exposição
(risos).
A
impressão é que você tem uma família típica de comercial de margarina...
(Bianca
vibra de alegria) Graça a Deus! Minha família é de comercial de margarina!
Minhas filhas (as gêmeas Beatriz e Sophia, de 4 anos), são genias e meu marido
é excelente.
A diferença de 20 anos de idade
entre você e o seu marido, o empresário Eduardo Menga, ajuda ou atrapalha?
Ele tem
três filhos grandes (de um casamento anterior), me ajuda muito na minha vida
profissional e cada vez mais vem se revelando um pai excelente. É parceiro,
cúmplice, companheiro... Ele tinha mais ciúme no início, mas passou. Fizemos
terapia de casal e isso ajudou muito. Ele até assiste às minhas cenas de beijos
e comenta. Eu que fico sem graça quando vejo as cenas. Fico suando frio na
frente dele. Nesse aspecto, ele lida melhor que eu.
Pensa em ter mais filhos?
Se o
meu marido se animasse e eu ganhasse na Mega Sena, eu gostaria de ter um
menino. Por outro lado, eu quero curtir as minhas filhas. Gostaria de ter um
menino, mas não me faz falta. Estou com quase 40 anos. Se eu tivesse que ter
outro filho mais para frente, poderia ser por adoção
Te incomoda responder perguntas
sobre a época de Paquita?
Imagina!
Hoje dia não mais, mas as pessoas só batiam nessa tecla. Se você vem galgando,
conquistando outras coisas, você quer ser reconhecida e valorizada pelo o que
você está fazendo no momento. Mas isso não quer dizer que eu estou deixando o
meu passado de lado. Sempre busquei me firmar e ser reconhecida como atriz.
Você já recebeu convites para posar
nua? Aceitaria?
Recebi
vários e recusei vários (risos). Já ouvi propostas e cheguei a negociar, mas
depois desisti. O último, foi após a gravidez, há dois anos. Hoje em dia, eu
preciso pensar, analisar, mas não descarto. E não vamos ser hipócritas de não
falar do dinheiro. Se não for um dinheiro muito, muito alto, eu não faria
(risos).
Muito alto quanto?
Ah,
muito, muito, alto (risos).
Na novela “Em família”, sua
personagem vai levantar a bandeira do alcoolismo. Já viveu alguma experiência
do tipo?
Tive um
tio, irmão da minha mãe, que morreu de cirrose quando eu tinha uns 20 e poucos
anos. Eu ficava com raiva, pois não admitia ver a pessoa se autodestruir. Mas é
uma dependência química que vai além da vontade, e tem que ser cuidada Essa
experiência me marcou muito. Era sempre muito triste.
Você vai completar 40 anos em
outubro. Já teve a famosa crise da idade?
Não.
Sou jovial, solar, alegre... E minha nutricionista falou que a minha idade
corporal é de 30 anos. Então, acho que estou bem, né? (risos). Eu me considero
muito jovem, brinco. Essa displicência com o dia a dia da vida. A adoração das
simples coisas. Quando sai uma flor aqui do meu jardim, eu fico feliz. Me cuido
fazendo ginástica e na alimentação. Mas não sou neurótica. Me permito comer
umas besteiras nos fins de semana.
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